Você

Publicado 8 de janeiro de 2014 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

Você

Você

é a raiz de todos os meus problemas,

a causa de todas as minhas doenças,

a razão de todos os meus delírios.

Você

é feito de uma xícara de loucura,

duas colheres de indecisão

e uma pitada de incerteza.

Você

é a resposta para todas as perguntas,

a solução de todos os meus problemas,

a chave do meu tesouro.

Você

é a antítese da minha vida,

a mistura da noite e do dia,

a chuva que não quer chegar.

Você

Sou eu.

Beija-Flor

Publicado 10 de outubro de 2012 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

Beija-Flor

Você não consegue parar de pensar nela
e ela nem sequer sabe o seu nome

O mundo é um campo de flores desprotegidas
que estão ligadas mesmo que não se conheçam

Um dia, uma das flores se apaixonou por um beija-flor
E logo ela queria-o só para si

Foi o bater das asas hipnotizantes
que a confundiu, e perdida
ela nunca percebeu que ele lhe sugara
toda a doçura

Mas havia outras flores no campo
– e quando não há? –

E a fome do beija-flor era grande,
grande demais para ser saciada
por uma florzinha tão delicada

Ela podia sentir o sabor das outras
no beijo do beija-flor,
que alternava de uma a outra

Ao pôr do Sol, quando ele se foi,
ela gritou, e teria esperneado
Se flores tivessem pernas,
é claro

A Lua

Publicado 4 de julho de 2012 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

A Lua

A Lua é linda porque é branca,
É branca porque brilha
Não que ela tenha brilho próprio,
mas é ela quem recebe os olhares

A Lua é linda lá longe,
bem longe de você.
Ela chama a sua atenção do céu
muito fora do seu alcance.

O seu corpo está na Terra,
seu coração, na estratosfera
Assim como eu estou aqui
e a Lua, para além do céu

E enquanto a noite for noite,
a Lua for branca,
e você for você,
Eu nunca vou existir.

Louco Apaixonado

Publicado 22 de junho de 2012 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

Louco Apaixonado

Você gosta de uma garota
igualzinha a mim,
A única diferença
é que ela não gosta de você.

Ela gosta de um garoto
igualzinho a você,
A única diferença
é que ele não gosta dela.

Ele gosta de uma garota
que não dá a mínima para ele,
Por mais que ele seja gentil com ela.

Ela gosta de um garoto
que não dá a mínima para ela,
Por mais que ela seja doce com ele.

Porque o ser humano
é louco, apaixonado
gosta de ser contrariado,
só pode.

Mudanças sutis no blog

Publicado 22 de junho de 2012 por Jullyana Vycas
Categorias: Avisos Gerais

A partir de agora eu vou postar não apenas textos dissertativos e ou poéticos em prosa, mas também lirismos da minha vida. Os poemas não fazem muito sentido, porque costumam vir de uma tarde confusa ou um dia inspirado, mas acho que merecem um espacinho no blog.

Assim como os textos em geral, eles só nascem com a inspiração, então podem demorar a aparecer por aqui. Porém, já que agora estarei postando poemas também, acho que vou atualizar com mais frequência.

Não sei ao certo se tenho leitores *risos eternos* mas bom, novidades expostas!

Jogos Vorazes

Publicado 13 de maio de 2012 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

Tags: , , , , , , ,

Jogos Vorazes,
real or not real?

Já faz um bom tempo em que as pessoas começaram a falar na série de livros entitulada “Jogos Vorazes”. A ideia básica do livro é a seguinte: os seres humanos entraram em guerra uns com os outros e praticamente todo o planeta ficou desabitado, sobrando um único país, Panem, que vive sob um regime muito parecido com uma ditadura. O país está dividido em 12 distritos mais a Capital, sendo esta uma espécie de “metrópole” que trata os distritos como suas colônias, explorando-os. Assim, os distritos são miseráveis em comparação com a Capital. Ela também criou os chamados Jogos Vorazes, em que um rapaz e uma moça de cada distrito devem ser lançados em uma arena onde lutarão até a morte, havendo apenas um vencedor. Com isso, a Capital deixa bem claro quem está no controle.

Isso foi só um pequeno resumo para que alguém que nunca tenha ouvido falar da história possa se situar. Vendo por esse lado, parece um cenário bem interessante para a construção de um livro. Um grande centro de poder que se sustenta em custa do sofrimento de vários outros aglomerados de gente. Parece muito irreal, com um toque de fim dos tempos e da humanidade em si. Mas tem algo que vem martelando na minha cabeça desde que li a série.

E se os jogos fossem verdade?

E se eu dissesse que eles existem, sim, e que estão acontecendo neste exato momento, enquanto você lê este texto? E se de repente nada disso fosse apenas ficção?

As pessoas da Capital são fúteis. Elas têm diversões mesquinhas. Gastam milhares e milhares nos Jogos Vorazes, assistindo jovens de todo o país matarem uns aos outros apenas para preencher seus dias monótonos. Compram roupas caríssimas de marcas finas. Passam metade de seus dias preocupadas com suas aparências. Enquanto isso, a população dos distritos morre de fome e frio.

Qualquer um que lesse o livro odiaria todos que moram na Capital. O que nós mal percebemos é que, se os Jogos Vorazes fossem reais, nós seríamos habitantes da Capital. Nós gastamos nosso dinheiro em diversões ridículas enquanto assistimos crianças esfomeadas vagarem pelas ruas. Nós preferimos gastar mais em uma marca ou outra apenas por status.

Não é como se a gente pudesse fazer alguma coisa, você diria. É assim que as coisas são. Os jogos existem, as regras são essas. Aceite-as. A gente não está fazendo nada de errado. A culpa não é nossa que nós nascemos aqui, e eles nasceram lá.

Quem são eles? Quem são aqueles que moram nos distritos?

A analogia pode ser analisada de várias esferas diferentes. Eu diria que em um nível municipal, as pessoas dos distritos são aquelas das camadas mais pobres, que são remuneradas com os piores salários e fazem os trabalhos mais execrantes. Em um nível mais amplo, os distritos seriam os estados menos favorecidos desse nosso Brasil. Em uma escala global, temos os países “menos desenvolvidos”, que são explorados pelas grandes potências direta e indiretamente. Guerras que acontecem apenas para reforçar quem são aqueles que mandam no mundo.

Não podemos estipular vítimas. Esse tipo de sistema é daqueles em que todos são vítimas. E, infelizmente, um dos únicos em que a humanidade parece saber viver. Nossa sociedade está sempre baseada na hierarquia e na exploração.

E os agressores? Quem são os mandantes da Capital? Quem comanda os jogos?

Lá dentro, nós temos a resposta. Sabemos quem está fazendo isso conosco, não sabemos? Porque eles não atingem só os pobres – nós, da Capital, também sentimos agora o peso da injustiça, porque abrimos os olhos para o que acontece no mundo. Abrimos?

E se no fim não houvessem bandidos? E se o grande vilão morasse aí… dentro de você?

É inevitável. Está dentro de todos nós, mesmo que diferente em cada um. Todos nós temos ganância. Todos nós somos fracos. É muito difícil encontrar alguém que não sucumbiria facilmente ao poder. Podemos realmente culpar aqueles que estão no comando do mundo? Será que não faríamos a mesma coisa se tívessemos o poder que eles tem?

Mas a pergunta mais importante de todas é: quem são os rebeldes? O que vai acontecer se eles entrarem em ação?

A verdade, meu caro, é que os Jogos Vorazes são mais verídicos do que se pode imaginar. Não tenho certeza se Suzanne Collins percebeu o que estava fazendo, mas tenho a impressão de que sim. Ela sabe que é na realidade dos jogos que nós vivemos. E que nós infelizmente não sairemos desta com vida.

Vida

Publicado 19 de setembro de 2011 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

Vida
Você daria valor a ela antes de saber que a perderia?

O título poderia muito bem ser morte, porque é dela que se trata esse texto. Mas como a palavra morte assusta algumas pessoas, foi fácil trocá-la por vida. Elas podem parecer antônimos, mas perceba que, nesse caso, são sinônimos. Vida e morte estão tão entrelaçadas que às vezes não sabemos onde começa uma e termina a outra.

Apesar de todos nós termos medo da morte, não podemos negar que, em algum momento de nossas vidas, a desejamos. Isso ou aquilo é tão ruim que eu prefiro morrer a ter que passar por isso. Eu estou sofrendo tanto, às vezes pensamos que a morte poderia fazer tudo ficar melhor. Que a morte faria a dor parar. E que você seria finalmente livre… feliz.

E quando alguém morre de verdade, o que acontece? O quão estúpidos nós somos por desejar morrer por motivos tão banais, quando muitas pessoas gostariam de poder viver, como nós podemos?

Na verdade, por mais que saibamos que desejar morrer é uma estupidez – e que vamos nos arrepender disso – não conseguimos evitar de pensar, nem que seja por apenas um segundo, que talvez a morte pudesse nos libertar. E ela pode, sim. Ela vai. A questão é: vale a pena desistir agora? Sabendo que ainda existe muito pela frente? E que deste muito, uma boa parte pode ser… feliz?

Por hoje, pelo menos, todas as lágrimas com motivos estúpidos que eu chorar serão dedicadas àqueles que realmente a merecem. À todos aqueles que não tiveram escolha.

A arte de ser otário

Publicado 9 de agosto de 2011 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

A arte de ser otário
Também conhecida como arte do “se doar”.

Talvez as pessoas não percebam. Talvez elas não se importem. Talvez elas percebam e se importem, mas não sabem como se livrar disso. O fato é que cada um de nós tem um lado otário, uma parte feita especialmente para ser usada pelos outros. Não apenas somos usados – nos deixamos ser usados, pedimos para ser usados.

É bem verdade que quando se gosta muito de alguém, se deseja que essa pessoa tenha tudo de bom (na maioria dos casos). Isso faz com que nos doemos (do verbo doar!) um pouco demais em função da felicidade dos outros. Parece que não, não é nada demais, mas se você realmente analisar… Quantas pessoas por aí não vivem por outras pessoas? E estão sempre levando alguém nas costas?

Por mais que se ame alguém, às vezes precisamos entender que não somos obrigados a sofrer sempre que o outro se machuca. Não precisamos correr atrás de soluções sempre que o outro arrumar um problema. Sim, é natural ajudar, mas isso se considerarmos um sentimento de companheirismo, de amizade. É claro que amigos devem ajudar amigos. Não é de uma simples ajuda que eu estou falando.

Eu falo de quando a pessoa não precisa da sua ajuda, mas você está lá. Enxugando a baba dela sempre ao final das refeições como se a pessoa fosse um bebê. Se escravizando em favor de alguém, varrendo o chão para que ele/ela pise. Isso definitivamente não é saudável. E vem, geralmente, das paixões desenfreiáveis.

O que a gente precisa entender é que amar não é o mesmo que se fuder. Desculpe pelo palavriado, mas este era o único verbo que poderia expressar exatamente o que quero dizer. As pessoas estão o tempo todo se queimando para fazer o amado feliz, e nem percebem o quanto estão sendo otárias: o quanto estão acabando consigo mesmas, quando a outra pessoa nem precisa tanto assim de você.

Eu gostaria de deixar bem claro: não estou dizendo que deveríamos cagar para os outros, apenas… não se super-importar, em um nível inaceitável para sua própria decência humana.

Se matar por outro sem que seja necessário não é ser romântico, é ser otário.

Ao Coração

Publicado 26 de março de 2011 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

Ao Coração,
meus sinceros cumprimentos.

Já faz algum tempo que venho percebendo o quanto eu insisto em estar em guerra comigo mesma. Tenho certeza de que não é apenas impressão: eu realmente rejeito meus próprios sentimentos, vontades, sonhos. Sinto necessidade de dominá-los, de estar controlando a situação; escolher aquilo que sinto, o que desejo, o que tenho. É preciso estar no comando. Se eu pudesse controlar tudo – eu penso – quem sabe não fosse mais feliz.

Sei, também, que não sou a única. Incontáveis são as pessoas mundo afora tentando, em vão, vencer seus sentimentos. Vou tentar não me alongar nas analogias dessa vez, porque aparentemente elas são incompreensíveis. Quero simplificar. Para isso, tentei exemplificar as etapas dessa “batalha“, que são quase sempre as mesmas:

Negação -> Não existe inimigo. Não existe porquê lutar. E você repete isso várias e várias vezes, tentando apenas enganar a si mesmo e se convencer de que o sentimento não existe;

Reconhecimento -> Ok, tem alguma coisa aqui, sim. Você já reconhece que o sentimento existe, mas você ainda não acredita, não o aceita;

Rejeição -> Sim, o sentimento existe. Apesar disso, algo dentro de você repulsa ele. Você não quer sentir aquilo, e se frusta ao descobrir que não está no comando. Agora começa a verdadeira guerra.

E lá vamos nós, descontentes com nós mesmos, tentando modificar aquilo que não entendemos. “Por que essa pessoa? No meio de tantas outras? Por que esse sentimento horrível? Por que incomoda tanto?” e seguimos perguntando, até chegar à conclusão de que aquilo é errado. E precisa ser erradicado.

Parou. Simples assim. Isso porque, daqui para frente, não sei encontrar métodos de cura efetivos. Não sei me curar de ciúmes, não sei me curar de raiva, não sei me curar de paixão: passo por todas essas fases, sempre chego à conclusão de que o sentimento é maléfico, mas nada no mundo me faz esquecê-lo, além de um novo ciúme, uma nova raiva ou uma nova paixão. E como tratar um vício com outro é ineficaz, mantenho-me nessa situação ruim; nesse embrulho de dores e cores.

Meus sinceros cumprimentos ao meu coração, o grande responsável por toda essa confusão. Manter-se no comando mesmo com um lado inteiro do cérebro trabalhando contra você deve ser realmente duro. Uma salva de palmas ao estúpido que manda em nossas vidas.

Observação: Se você, querido leitor, é completamente capaz de mandar no que sente, ignore o texto acima redigido. Aliás, meus parabéns pelo dom.

Garganta

Publicado 18 de novembro de 2010 por Jullyana Vycas
Categorias: Entretenimento

Garganta
Confundindo sentimentos

Minha garganta dói. O sintoma é ridículo, mas, pensando bem, é sempre assim que começa. Não importando se foi bebido aos goles ou de uma vez só: veneno é veneno. E os efeitos logo surgem por todo o corpo. Sua garganta se fecha – sua cabeça começa a doer. Seu coração bate desesperado na tentativa de bombear o veneno para fora do corpo. Seus joelhos estão fracos, e suas pernas tremem – logo os seus braços tremerão também – e, quando dá por si, a visão começa a enturvar-se. E, de repente, tudo fica branco. Você está num imenso vazio. Esquece seu nome, o que estava fazendo e aonde pretendia ir. Você só consegue se lembrar de uma coisa: veneno.

A variedade destes é extensa: existe todo o tipo de veneno ao nosso redor, contidos nas presas de cobras astutas que passeiam pelas ruas, casas e prédios. Elas sabem escolher bem uma vítima, dissimulam a situação até que nós tenhamos baixado a guarda e, então, dão o bote. Não costuma doer na hora. Mas depois, quando o veneno se espalha pelo seu sangue, as consequências ficam claras. Os motivos, óbvios. E, na maioria das vezes, o soro antiofídico está longe demais.

Particularmente, eu odeio todas essas sensações. Medo, espalha-se rápido e, ainda por cima, é transmissível. Basta ter alguém com medo para você se apavorar. E quando se está sozinho, o medo torna-se mais agressivo. Porque aí são dois venenos. Solidão, depressiativa, é claro. Não é a mesma coisa que estar só. Estar só é uma escolha. Solidão é um estado desesperador. Mas, pior que solidão é a angústia. Fecha todo o seu sistema respiratório, como um nó em sua garganta. Quando se há tensão demais, a angústia torna-se raiva. A raiva aumenta o ritmo dos batimentos do coração, e aquece de uma forma dolorosa. Ela queima. Outra coisa que queima, dessa vez, a sensação é de que algo incinerou seus órgãos em pleno funcionamento, é o ciúme. É tão parecido com a inveja que, muitas vezes, confundo os dois.

Na realidade, nenhum desses sentimentos age sozinho. Eles vêm sempre em conjunto, um trabalhando para reforçar o outro, de forma que parecem se misturar ao longo do tempo. Acho que estas cobras costumam atacar em grupo. Uma delas, porém, é a verdadeira mandante do crime. Ela é a responsável por todas as outras trabalharem em conjunto e ao mesmo tempo, de forma e nos deixar completamente sem reação. E pasme: a maior parte da sociedade proclama-a como bela e admirável. Eu suponho que eu deva descrever a figura aqui para, caso você encontre com ela pessoalmente, possa fugir o mais rápido possível.

Alguns dizem que têm cabelos loiros, outros insistem que é morena. Para alguns é homem, para outros é mulher. Os olhos são indefinidos entre verde, azul e castanho, passando por âmbar e cor-de-mel. De vez em quando baixa, de vez em quando alta. Sua aparência física varia muito, mas é importante atentar-se aos detalhes. O que todos esses perfis têm em comum é sua suposta inocencia e inofensividade. Ela conquista facilmente com um olhar e apenas um deslize já é suficiente para que você caia em sua ladainha. Muito cuidado com esse monstrinho a quem chamam amor.

Não importando se foi hoje ou no século passado, veneno é veneno. Restam sequelas. O mais interessante, contudo, não é o efeito do veneno em você – e sim o fato de, de vez em quando, estes venenos serem tão prazerosos.